DUBAI para iniciantes (Tradução resumida)

Bom dia!

Segue tradução que fiz sobre a situação em Dubai. Usei como base um texto em inglês publicado por um grande banco norte-americano.

Lembrando que este texto é meramente informativo e que decisões e opiniões devem ser tomadas com base apenas no texto original. 

Seguem abaixo resumo/tradução de algumas perguntas do "não-dedicado/global MENA Investors" sobre a situação de Dubai, e respectivas respostas retiradas do artigo do "The Telegraph" para que os investidores possam estar mais informados sobre este cenário. Lembrando que este conteúdo é meramente informativo. Detalhes e confirmações devem ser retiradas dos textos originais em inglês [Michela Ferrulli - Emerging Market Equities (CEEMEA) do Citigroup Global Markets]. Este material foi enviado pelo Citi dos EUA às suas filiais brasileiras.

 

Pergunta: Onde Dubai errou? Achei que estivesse no "rico petróleo do Golfo"?

Resposta: Dubai é parte dos United Arab Emirates (UAE) composta de sete cidade-estados, mas Abu Dhabi possui quase a totalidady do petróleo da UAE. A partir de 1950 Dubai começou a diversificar sua economia em portos, trade, serviços e finanças, com considerável sucesso. Mas a farra da liquidez do mercado imobiliário e turístico na última década pode ter sido exagerada.

Pergunta: Qual é a extensão do problema?

Resposta: O emirado disse ter $80bi em dívidas, apesar de alguns analistas dizerem que o retrato da verdadeira situação pode ser o dobro disso. Dubai World, que é uma empresa estatal, é responsável por uma fatia de $60bi, onde apenas parte disso sejam dívidas. O principal problema está na sua subsidiária Nakheel que possui gigantescos títulos vencendo em dezembro de 2009. Esta subsidiária possui baixa liquidez para honrar tais compromissos, assim como confiabilidade questionável sobre suas dívidas, além de ter suspendido o andamento de novos empreendimentos.

Pergunta: A última grande crise do Lehman Brothers tem mais de um ano, porquê Dubai sofre somente agora?

Resposta: A crise sim atingiu Dubai, haja vistas à queda de 50% em seis meses dos valores dos imóveis e Nakheel, por isso, começou a ter problemas. Mas investidores assumiram que por Dubai World ser uma empresa estatal, não haveriam problemas quanto às suas dívidas. Porém, o governo se recusa a dar maiores informações sobre como pretende contornar os problemas da Dubai World, e ainda há rumores de que o crescimento de Dubai tenha minado os recursos governamentais.

Os rumores fazem também acreditar que um pacote de socorro já tenha sido dado e patrocinado por Abu Dhabi, mas que o anúncio da moratória na última quarta-feira coloca em dúvida a eficiência dete socorro.

Pergunta: Porquê Abu Dhabi não veio ao socorro de Dubai? Afinal, tem um dos mais largos e ricos fundos soberanos do mundo.

Resposta: Abu Dhabi comprou, via seu banco central, $10bi em títulos do governo de Dubai no início deste ano e via outros bancos comprou outros $5bi em títulos na semana que estourou a crise. Mas depois veio à tona que o dinheiro não poderia ser usado para ajudar Dubai World. Esta situação levanta duas perguntas: (1) então estes recursos foram usados para honrar quais outras dívidas?, e (2) como a dívida de Dubai World será honrada mesmo depois dos seis meses de moratória se Abu Dhabi não irá dar recursos para socorrê-la?

Pergunta: E as demais empresas de Dubai? Como elas estão?

Resposta: Dubai World é dona do porto DP World que comprou a P&O, braços do governo de Dubai e da família dominante de Dubai é detentora de outras holdings como a Emirates Airlines e Jumeirah Hotels, assim como ações em prédios e negócios mundo afora, que incluem a London Stock Exchange. Mas devido à falta de transparência e ainda pouco testado sistema financeiro legal, o que pode significar um efeito colateral contra as dívidas da Dubai World e do governo de Dubai.

Pergunta: Todavia, a exposição de bancos ocidentais às dívidas parecem ser pequenas comparado aos trilhões de dólares a que nos acostumamos recentemente. Porquê tanto pânico?

Reposta: Num nível mais simples, há receio de que os bancos ocidentais tenham que reportar mais perdas e tanto Dubai, quanto Abu Dhabi, tenham que vender ativos mundo afora, o que pode vir a afetar negativamente os preços. Num nível mais complexo, a revelação de significativos problemas "escondidos" em Dubai causou um estado de alerta de onde mais podemos encontrar problemas  que possam ainda estar escondidos? A saúde das dívidas soberanas mundo afora, que já está sendo vista como problema para a próxima década, está sendo revisada.

Pergunta: Dubai poderá sobreiver?

Resposta: Dubai continua sendo vista como um lugar promissor para se fazer negócio no Oriente Médio. Suas atitudes liberais ajudam sua reputação. Mas estes últimos eventosdenegriram a reputação de suas competências financeiras e agora esta reputação terá quer ser restaurada pelas regras dos emirados. 

 Att.

Marcelo
São José dos Campos - SP

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